Phineas Gage: O Caso que Marcou a Neurociência
			            O caso de Phineas Gage é um dos mais famosos na história da psicologia e da neurociência. A sua história demonstrou, pela primeira vez, uma ligação clara entre o cérebro e o comportamento, particularmente no que diz respeito às funções dos lobos frontais.

O Acidente
Phineas Gage era um capataz de obras ferroviárias nos Estados Unidos, em 1848. Durante uma explosão acidental, uma barra de ferro de cerca de 1 metro de comprimento atravessou o seu crânio, entrando pela bochecha esquerda e saindo pelo topo da cabeça. Incrivelmente, Gage sobreviveu ao acidente e manteve muitas das suas capacidades cognitivas básicas, como a fala e a locomoção.
Consequências Psicológicas
Apesar de ter sobrevivido fisicamente, as pessoas próximas de Gage notaram mudanças drásticas na sua personalidade. De um homem responsável, educado e calmo, tornou-se impulsivo, agressivo, imprudente e socialmente inadequado. Esse tipo de mudança foi fundamental para que os cientistas da época começassem a perceber que diferentes áreas do cérebro estão relacionadas com funções específicas — neste caso, os lobos frontais e o controlo emocional e comportamental.
Importância para a Psicologia
O caso de Phineas Gage teve um grande impacto nos estudos sobre o cérebro. Ele foi uma das primeiras provas empíricas de que o cérebro influencia diretamente a personalidade e o comportamento social. Além disso, foi importante para o desenvolvimento da neuropsicologia moderna e dos estudos sobre lesões cerebrais.
Curiosidade
O crânio de Gage e a barra de ferro foram preservados e estão em exposição no Museu da Universidade de Harvard, nos EUA. Ele tornou-se uma figura emblemática da psicologia, sendo frequentemente estudado até hoje.

Phineas Gage não apenas sobreviveu a um acidente quase impossível, mas também contribuiu involuntariamente para um avanço científico enorme. O seu caso foi essencial para compreendermos a ligação entre o cérebro e o comportamento humano.